Espondilolistese Lombar Degenerativa

A espondilolistese degenerativa corresponde a uma fase avançado do processo degenerativo da coluna lombar e da ligação entre 2 vértebras, mais frequentemente no nível de L4-5.

Na espondilolistese degenerativa a grave deformação das facetas articulares, assim como uma característica anatómica desfavorável, a orientação sagital, provocam um deslizamento de uma vértebra sobre a outra, causando um agravamento da estenose do canal vertebral. Nesta situação é também frequente existir compromisso radicular por estenose foraminal. Frequentemente os discos intervertebrais estão também degenerados mas existem situações em que o problema é exclusivo das articulações. O desalinhamento vertebral traduz uma instabilidade ou movimento anormal entre as vértebras.

Esta patologia é mais frequente em mulheres, com idade superior a 50 anos.

Sintomas

Os sintomas são semelhantes aos do canal lombar estenótico. Depois de vários anos com queixas de lombalgias, os doentes iniciam sintomas de dor ou dormência irradiada aos membros inferiores, falta de força e claudicação na marcha. A permanência em pé e as caminhadas ficam limitadas e a qualidade de vida deteriora-se significativamente.

Diagnóstico

O diagnóstico da espondilolistese degenerativa pode ser feito através de uma radiografia simples que vai demonstrar o desalinhamento entre as vértebras. Se for feita uma radiografia da coluna lombar em flexão e extensão pode ser possível caracterizar a instabilidade intervertebral.

A Ressonância magnética é o exame complementar de eleição porque permite caraterizar as alterações degenerativas, o grau de desalinhamento entre as vértebras e as sua repercussão sobre as estruturas neurológicas. Este exame permite também identificar a existência de hérnias discais que podem surgir em associação com esta situação.

Radiografia simples em perfil que demonstra o desalinhamento entre L4 e L5, por espondilolistese degenerativa.

Tratamento

O tratamento conservador deve ser preconizado em casos de espondilolistese com lombalgia crónica não incapacitante ou sintomas de sofrimento neurológico ligeiros. No tratamento conservador pode ser usada medicação anti-inflamatória e relaxante muscular, fisioterapia e exercícios de correção postural e de reforço muscular.

Na maioria dos casos, o tratamento conservador atrasa a evolução da doença, mas, inevitavelmente, os sintomas vão progressivamente agravando devido à instabilidade intervertebral. Por esse motivo, quando os sintomas se tornam incapacitantes, os doentes devem ser submetidos a uma intervenção cirúrgica. A cirurgia consiste no alargamento dos canais onde passam os nervos e na colocação de parafusos e barras para unir as vértebras instáveis. Esta estabilização é chamada artrodese intervertebral e pode ser feita por via aberta ou com técnicas minimamente invasivas.