Princípios

Através das abordagens minimamente invasivas pretende-se alcançar os mesmos objetivos e resultados que se obtêm nas abordagens clássicas, “abertas”, provocando um menor traumatismo das estruturas adjacentes. A abordagem mais limitada provoca menor lesão muscular e ligamentar que se traduz na redução das perdas sanguíneas intra-operatórias e do consumo de analgésicos. A recuperação é mais rápida permitindo reduzir o internamento a 12-48 horas, conforme o tipo de cirurgia. Este tipo de abordagem tem ainda a vantagem de acelerar a recuperação pós-operatória e o regresso à vida ativa.

Do ponto de vista teórico, pensa-se que as cirurgias mini-invasivas serão igualmente vantajosas a longo prazo na redução da frequência e intensidade de dor lombar e da gravidade da degenerescência do espaço discal adjacente. Até agora, não foram concluídos estudos randomizados, com análise da evolução dos doentes a longo prazo, que possibilitem confirmar esta aparente vantagem.

Existem dois tipos principais de cirurgia minimamente invasiva: a cirurgia endoscópica e as cirurgias com afastadores tubulares. A minha experiência é unicamente com os afastadores tubulares e está a ser realizada desde 2007.

Os afastadores tubulares são colocados com ajuda de dilatadores que separam as fibras musculares sem as seccionar e criam um espaço de trabalho de 1,6 a 3 cm de diâmetro que permite a realização do procedimento.

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Afastadores Tubulares MAST-Quadrant e X.Tube – Medtronic

Para ser possível realizar o procedimento através deste estreito canal de trabalho e à profundidade de 4 a 9 cm são necessários instrumentos adaptados e meios de magnificação e iluminação. A minha preferência vai microscópio cirúrgico que permite magnificar e iluminar simultaneamente garantindo o máximo de segurança.

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Aspeto intraoperatório dos canais de trabalho com cerca de 2-3 cm que implicam a utilização do microscópio ótico, para realizar o procedimento com toda a segurança

A minha experiência na cirurgia minimamente invasiva tem sido na cirurgia descompressiva lombar ou cervical posterior, na realização de artrodése toracolombar e na abordagem da coluna dorsal anterior por minitoracotomia.